borboleta

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Debate de sala de aula dia 09 - 09

Os componentes do processo didático

A ação da didática refere à relação entre o aluno e a matéria, sendo o professor com mediador. A ação didática vai depender das situações internas e externas do aluno, podendo ser essas situações de caráter social, econômica ou cultural, e essas situações não se restringem apenas a sala de aula. O professor tem que participar do contexto social do aluno. Faz parte, também, dos componentes do processo didático os elementos constitutivos que são: conteúdos das matérias, ações de aprendizagem e ações de ensino.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pedagogia da Autonomia. Paulo Freire

Educar exige...
Na prática educativa quem ensina aprende ao ensinar e vice versa e por isso não existe docência sem discência, já que o professor também aprende com o aluno durante a aula. “Quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao seu formado”.Da mesma forma que ensinar não existe sem aprender e vice versa.
O professor deve levar o aluno a ter uma capacidade crítica, aguçar sua curiosidade tornando-o criativo, investigativo e persistente na busca da sua resposta e fazendo com que o aluno pense certo. Daí a idéia de que ensinar não é transferir conhecimento, e sim criar a capacidade de produzir você mesmo.
É buscando, investigando, pesquisando para que conheça o que ainda não se conhece e a pesquisa está inserida na prática educativa.
É papel do professor respeitar os saberes do aluno, pois ele também contribui para o aprender do professor. Aproveitar as experiências de cada aluno, de diferentes classes e contextos é necessário para discutir, por exemplo, o cotidiano da sua comunidade. E é trazendo exemplos reais da vida dos alunos, pois fica mais fácil de entender.
Um professor para educar precisa assumir riscos principalmente no que diz respeito a sua aceitação, na sua forma de trabalho em sala. É preciso aceitar o novo, aceitar que tudo se renova, a forma como se trabalha deve ser revista e estar sempre se atualizando, aceitando o novo, os riscos de rejeição diminuem.
O educando também tem um papel fundamental na prática educativa e tem que assumir-se como ser social,  comunicante e pensante, assumindo sua identidade cultural é que será possível o professor trabalhar se adequando ao contexto que esse aluno se encontra. Por muitas vezes o educando mal imagina a importância que tem seu professor na sua vida e que tudo que seu educador faz interfere no processo de aprendizagem, como um pequeno e simples gesto que vale mais que qualquer coisa e que leva ao aluno a ser capaz de ir à busca de seus objetivos.
O educador ao formar-se deve ser um formador de opiniões e transformador delas estimulando o possível autoconhecimento do educando, utilizando-se de sua experiência didática como um saber fundamental a partir da inclusão do educador para educador, educando para educador e educador par educando convivendo passivamente em um respeito mútuo. O professor em seu conhecimento tem a função metódica de respeitar e ouvir as curiosidades de seu educando com clareza sem descriminá-lo, não sendo necessário ser professor para ter noção de respeito e autonomia, pois estas são palavras indispensáveis à construção da identidade e do bom senso do educando.
A maior luta dos professores até hoje é a da recusa política, onde o desrespeito aos educadores é explícito levando muitas pessoas humildes a lutarem por um salário digno e moral de seus conhecimentos. A educação vivenciada dentro da sala de aula é um reflexo da sociedade corrompida diretamente a cada dia atingindo negativamente o âmbito escolar. Na prática a esperança não é algo a se encontrar ela faz parte da natureza humana trazendo consigo a alegria de criá-la nos educandos.
Diante disso, o conhecimento da história possibilita-nos a pensar que o mundo era. Mas ele não é. Ele está sendo transformado e objetivado diariamente diante de mudanças reais e possíveis. Assim, se há curiosidade, o saber vem logo por conseqüência, possibilitando a construção ou a produção do conhecimento, a reflexão e a capacidade de comparar e perguntar.
Um bom professor é aquele que tem certeza e firmeza no que diz na sala de aula a seus alunos. Para que essa certeza seja maior, ele tem que primeiramente confiar em si próprio, para que essa confiança possa ser passada para os alunos.
A segurança é um fator muito importante. Os alunos ficam numa expectativa muito grande ao ver seu professor dar aula. Alguns deles buscam a semelhança com o seu professor, para que um dia se torne igual a ele. Quanto mais seguro for docente mais ele chama a atenção do aluno. Sem falar, contudo, que o professor tem que levar a sério a sua formação profissional para melhor coordenar atividades em classe.
Outra característica indispensável é a generosidade. Quanto mais generoso e humilde for o educador mais agradável fica o ambiente pedagógico. A arrogância e o mandonismo só afastam os alunos. Um professor mandonista não conta com nenhuma criatividade do educando, tem que deixá-lo à vontade. O educando que exercita sua liberdade fica mais livre, mas essa liberdade não pode sair do controle.
Não se pode ser um professor sem se por diante dos alunos, sem revelar com facilidade ou relutância a maneira de ser, de pensar politicamente. Não pode escapar à apreciação dos alunos. Saber que não se pode passar despercebido pelos alunos, e que a maneira como percebem o educador pode, ou não, ajudar no cumprimento das tarefas do professor aumentando nele os cuidados com o seu próprio desempenho.
A percepção que o aluno tem do professor não resulta, exclusivamente, de como ele atua, mas também de como o aluno entende como seu professor atua. Assim deve-se revelar aos alunos a capacidade que o educador tem de analisar, comparar, avaliar entre outros.
Intervenção que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal, ensinados ou aprendidos implica tanto no esforço de reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento.
Do ponto de vista dos interesses dominantes, não há dúvida que a educação deve ser prática imobilizadora e ocultadora de verdades. As forças dominantes estimulam ou materializam avanços técnicos compreendidos e, tanto quanto possível, realizados de maneira neutra. Não se pode ser professor se não perceber cada vez melhor que, por não ser neutra, a prática exige uma definição.
O grande problema que se coloca ao educador de opção democrática é como trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja assumindo eticamente pela liberdade.
A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na defesa dos seus direitos em face da autoridade os pais, do professor, do Estado. O que é preciso, fundamentalmente, é que o filho assuma eticamente, responsavelmente sua decisão fundante de sua autonomia.
A raiz mais profunda da politicidade da educação se acha na educabilidae mesma do ser humano, que se funda na sua natureza inacabada e da qual se tornou consciente.
O educador crítico não pode pesar que, a partir do curso que coordenam ou do seminário que lideram, podem transformar o país, mas pode mostrar que é possível mudar.
Saber escutar o outro é muito importante. Na verdade, não é falando dos outros, como se os educadores fossem portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprende se a escutar, mas é escutando eu se aprende. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele.
O primeiro sinal de que o sujeito que fala sabe escutar é a demonstração de sua capacidade de controlar não só a necessidade de dizer a sua palavra, que é um direito, mas também o gosto pessoal, profundamente respeitável, de expressá-la. Quem tem o que dizer tem igualmente o direito e o dever de dizê-lo, sem ofender a moral do outro. Quem tem o que dizer deve assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta no sentido de que quem escuta dia, fale, responda.
A ideologia tem que vir diretamente com a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para penumbrar ou opacizar a realidade ao mesmo tempo em que nos torna míopes. A própria miopia que nos acomete dificulta a percepção mais clara, mais nítida da sombra. A capacidade de penumbrar realidade, de nos miopizar, de nos ensurdecer que tem a ideologia faz, por exemplo, a muitos de nós, aceitar docilmente o discurso cinicamente fatalista neoliberal que proclama ser o desemprego no mundo uma desgraça no fim de século.
Uma das eficácias e suas ideologias fatalistas é convencer os prejudicados das economias submetidas de que a realidade é assim mesmo, de que não há nada a fazer mais seguir a ordem natura dos fatos.
Todo professor quer bem a seus alunos, o que não pode obviamente permitir-se o que efetivamente interferi no cumprimento ético do dever do professor no exercício da sua autoridade. Não pode se condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.
Querer bem aos alunos não é passar todos eles de ano, passar a mão na cabeça, e buscar o melhor de cada um deles, para que futuramente eles possam usufruir da sua capacidade para a sua sociedade.